No repouso das minhas incoerências,

a fogosidade dos dias da minha juventude

parece nunca haver existido.

Se bem que, com os dias chuvosos

uma tímida vontade de amar

vai se avizinhando e tomando conta

dos meus desejos de interagir

com alguém que me escute.

De imediato me vem à mente o galante homem

que deleitava as minhas tardes solitárias, e,

as madrugadas vazias.

Na época nada fazia sentido,

não existia um rumo a seguir.

O esbelto homem ia refazendo com grande habilidade

a minha existência cheia de mimos.

Naquela desarmonia sentíamos uma certa satisfação,

um certo ânimo que ia contra as nossas verdades.

Depois, era ele pra lá e eu, para sabe Deus onde.

Deleitáveis eram os dias da preguiça serena.

A vida é gigantesca quando não se tem

um propósito aborrecedor para nos complicar tudo.

Inédito é o destino quando nada se espera dele, e,

satisfatórios são os sonhos quando nunca são realizados.

Quando o impensável nos surpreende,

o laço entre o fracasso e a vitória acontece,

para que a tragédia continue seu rumo.

Que tirano é o cansaço